Texto Principal: Jeremias 29:1-14
Texto chave: Jeremias 29: 11.
“Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Introdução
Ao observarmos o propósito geral desta profecia de Jeremias, entendemos que ao findar o cativeiro de setenta anos haveria uma plenitude dos tempos. Deus moveria o remanescente santo para que este o buscasse em persistente oração. Deus responderia e cumpriria suas promessas de restauração do povo (VV. 13,14). Notemos aqui dois princípios: (1) quando Deus quer realizar grandes coisas em favor do seu povo, Ele o impele a um grande movimento de oração; e (2) o momento precisa das respostas de Deus às orações dos filhos está muitas vezes vinculado aos Seus propósitos para com o Seu povo de forma coletiva.
I – DEFINIÇÃO DE PAZ. A palavra hebraica para “paz” é shalom. Denota muito mais do que a ausência de guerra e conflito. O significado básico de shalom é harmonia, plenitude, firmeza, bem-estar e êxito em todas as áreas da vida.
A. Pode referir-se à tranqüilidade nos relacionamentos internacionais, tal como a paz entre as nações em guerra (e. g. 1 Sm 7:14; 1 Rs 4:24; 1 Cr 19:9).
B. Pode referir-se a uma sensação de tranqüilidade dentro de uma nação durante tempos de prosperidade e sem guerra civil (2 Sm 3:21-23; 1 Cr 22:9; Sl 122:6,7).
C. Pode ser experimentada com integridade e harmonia nos relacionamentos humanos, no âmbito do lar (Pv 17:1; 1 Co 7:15) e fora dele (Rm 12:18; Hb 12:14; 1 Pe 3:11).
D. Pode referir-se ao nosso senso pessoal de integridade e bem-estar, livre de ansiedade e em paz com a própria alma (Sl 4:8; 119:165; cf. Jó 3:26) e com Deus (Nm 6:26; Rm 5:1).
E. Finalmente, embora a palavra shalom não seja empregada em Gn 1-2, ela descreve o mundo originalmente criado, que existia em perfeita harmonia e integridade. Quando Deus criou os céus e a terra, criou um mundo em paz. O bem-estar total da criação reflete-se na breve declaração: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gn 1:31).
II – A INTERRUPÇÃO DA PAZ. Quando Adão e Eva deram atenção á voz da serpente, e comeram da árvore proibida (Gn 3:1-7), sua desobediência introduz o pecado e se interrompeu a paz e harmonia original do universo.
A. Naquele momento, Adão e Eva experimentaram, pela primeira vez, culpa e vergonha diante de Deus (Gn 3:8), e uma perda de paz interior.
B. O pecado de Adão e Eva no jardim do Éden destruiu seu relacionamento harmonioso com Deus. Antes de comerem daquele fruto, tinham íntima comunhão com Deus (cf. 3:8), mas depois se esconderam “da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim” (Gn 3:8). Ao invés de sentirem anelo (desejo) pela conversa com Deus, agora tiveram medo da sua voz (Gn 3:10).
C. Além disso, interrompeu-se o relacionamento harmonioso entre Adão e Eva como marido e mulher. Quando Deus começou a falar-lhes a respeito do pecado que haviam cometido, Adão lançou a culpa em Eva (Gn 3:12), e Deus que a rivalidade entre homem e a mulher continuariam (Gn 3:16). Assim começou o conflito social que agora é parte integrante das difíceis relações humanas, desde as discussões e a violência no lar (cf. 1 Sm 1:1-8; Pv 15:18; 17:1), até os conflitos e guerras internacionais.
D. Finalmente, o pecado interrompeu a harmonia e a unidade entre a raça humana e a natureza. Antes de Adão e Eva pecarem, trabalhavam alegremente no jardim do Éden (Gn 2:15), e andavam livremente entre os animais, dando nome a cada um deles (Gn 3:17-19). Antes havia harmonia entre a raça humana e o meio-ambiente, agora há lutas e conflitos de modo que “toda a criação [natureza] geme e está juntamente com dores de parto até agora” (ver Rm 8:22).
III – A RESTAURAÇÃO DA PAZ. Embora o resultado da queda fosse a destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a totalidade do mundo criado, Deus planejou a restauração do shalom; logo, a história da reconquista da paz é a história da redenção em Cristo.
A. Tendo em vista que satanás deu início à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a destruição de satanás e o deu poder. Por isso, muitas das promessas do Antigo Testamento a respeito da vinda do Messias eram promessas da vitória e paz vindouras. Davi profetizou que o filho de Deus governaria as nações (Sl 2:8,9; cf. Ap 2:26,27; 19:15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is 9:6,7). Ezequiel predisse que o novo concerto que Deus se propôs estabelecer através do Messias seria um concerto de paz (Ez 35:25; 37:26). Jeremias assegurou que ao findar o cativeiro de setenta anos haveria uma plenitude dos tempos. Deus moveria o remanescente santo para que este o buscasse em persistente oração. Deus responderia e cumpriria suas promessas de restauração do povo (VV. 13,14). Notemos aqui dois princípios: (1) quando Deus quer realizar grandes coisas em favor do seu povo, Ele o impele a um grande movimento de oração; e (2) o momento precisa das respostas de Deus às orações dos filhos está muitas vezes vinculado aos Seus propósitos para com o Seu povo de forma coletiva. E Miquéias, ao profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: “Este será a nossa paz” (Mq 5:5).
B. Por ocasião do nascimento do de Jesus, os anjos proclamaram que a paz de Deus acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O próprio Jesus veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3:8) e para romper todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer paz (Ef 2:12-17). Jesus deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de ir à cruz (Jo 14:27; 16:33). Mediante a sua morte e ressurreição, Jesus desarmou os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1:2; 2:14,15, cf. Is 53:4,5). Por isso, quando se crê em Jesus Cristo, se é justificado mediante a fé e se tem paz com Deus (Rm 5:1). A mensagem que os cristãos proclamam são as boas novas da paz (At 10:36; cf. I52.7).
Conclusão
Apenas saber que Cristo veio como o Príncipe da Paz não garante que a paz se tornará automaticamente parte da vida; para experimentar a paz há que se estar unido com Cristo numa fé viva e ativa. O primeiro passo é crer no Senhor Jesus Cristo. Quando assim faz, a pessoa justificada pela fé (Rm 3:21-28; 4:1-13; Gl 2:16) e assim tem paz com Deus (Rm 5:1). Juntamente com a fé, deve-se andar em obediência aos mandamentos divinos a fim de se viver em paz (Lv 26:3,6). Os profetas do Antigo Testamento declaram freqüentemente que não há paz para os ímpios (Is 57:21; 59:8; Jr 6:14; 8:11; Ez 13:10,16). A fim de que os cristãos sua paz perpétua, Deus lhes tem dado o Espírito Santo, que começa a operar em suas vidas o aspecto do fruto do Espírito, que é a paz (Gl 5:22; cf. Rm 14:17; Ef 4:3). Com a ajuda do Espírito, se deve orar pedindo a paz (Sl 122:6,7; Jr 29:7), deixar que a paz governe o coração (Cl 3:15), buscar a paz e segui-la (Sl 34:14; Jr 29:7; 2 Tm 2:22; 1 Pe 3:11), e se esforçar para viver em paz com o próximo (Rm 12:18; 2 Co 13:11; 1 Ts 13; Hb 12:14).
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